Anatel leiloa 4G nas frequências de 450 MHz e 2,5 GHz

Claro, Oi, TIM e Vivo garantem participação em lotes nacionais.

Lucas Braga
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• Atualizado há 1 semana

Hoje é um dia dos namorados muito importante para as telecomunicações brasileiras. A Anatel deu início às 10h ao leilão das faixas de 450 MHz e 2,5 GHz, frequências que serão utilizadas para a quarta geração da telefonia móvel no Brasil. Seis grupos estão participando da licitação: Claro, TIM, Oi, Sky, Vivo e Sunrise – essa última é uma operadora de TV por assinatura dos EUA.

O valor mínimo de todos os lotes em licitação totaliza R$ 3,85 bilhões. É o preço que as operadoras devem pagar para oferecer os serviços de quarta geração no país.

Entenda o leilão

A licitação oferta 273 lotes de frequência, sendo nove deles para uma oferta nacional. Todos os grupos participantes já apresentaram propostas para esses lotes nacionais na semana passada. É uma bela fatia que todos os participantes querem: é a garantia de uma licença de operação 4G em todo o país.

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A faixa de 2,5 GHz é destinada ao ambiente urbano, enquanto a frequência de 450 MHz será destinada para a banda larga rural. Só que nenhuma das operadoras se interessou na faixa de 450 MHz, por razões óbvias: o uso da tecnologia nessa frequência nem sequer é homologado pelo ITU-T, órgão mundial de normatização de telecomunicações. Com isso, o Brasil teria uma solução localizada de serviços 4G, o que elevaria e dificultaria a manutenção dos equipamentos de rede.

Com o 4G no Brasil, o diretor da Anatel espera que a média de velocidade em redes móveis aumente de 2 Mbps para 20 Mbps. Entretanto, o leilão não determina velocidades mínimas para o 4G urbano. Na banda larga rural, as operadoras deverão ofertar serviço de voz e dados, com o preço de R$ 0,31 por minuto no pré-pago e franquia de 100 minutos por R$ 30,60. A franquia mensal de dados será de R$ 32,59 na velocidade de 256 kbps.

Operadoras arrematam as licenças

As ofertas já começaram: cada uma das quatro principais operadoras brasileiras arrematou um lote.

  • Lote 2: 450 MHz + 2,5 GHz e espectro de 20+20 MHz: comprado pela Claro por R$ 844,5 milhões
  • Lote 3: 450 MHz + 2,5 GHz e espectro de 20+20 MHz: comprado pela Vivo por R$ 1,05 bilhão
  • Lote 4: 450 MHz + 2,5 GHz e espectro de 10+10 MHz: comprado pela TIM por R$ 340 milhões
  • Lote 5: 450 MHz + 2,5 GHz e espectro de 10+10 MHz: comprado pela Oi por R$ 330,8 milhões

O Lote 1 corresponde a uma faixa nacional de apenas 450 MHz, e nenhuma operadora se interessou pela licença. Ainda restam os lotes 6, 7, 8 e 9, que devem ser leiloados ainda hoje. O lote que não for comprado fica para um leilão de sobras, que não acontece em 2012.

Além dos lotes nacionais, outros 269 lotes regionais devem ser disputados pelas operadoras. Apesar da licença ser nacional, o espectro compreendido pode não ser suficiente para os grandes centros. Além disso, as operadoras Sky e Sunrise podem optar por concentrar suas operações em determinadas regiões, dispensando a necessidade de um lote nacional.

O leilão está sendo realizado na sede da Anatel em Brasília. Para quem quiser acompanhar, o site da agência possui streaming, bem como a tabela atualizada das negociações.

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Lucas Braga

Lucas Braga

Repórter especializado em telecom

Lucas Braga é analista de sistemas que flerta seriamente com o jornalismo de tecnologia. Com mais de 10 anos de experiência na cobertura de telecomunicações, lida com assuntos que envolvem as principais operadoras do Brasil e entidades regulatórias. Seu gosto por viagens o tornou especialista em acumular milhas aéreas.

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